


Em Spankemoji (2015), a linguagem se reinventa em um embate entre palavra e imagem. O emoji emerge como um signo autônomo, uma nova forma de alfabetização virtual que dispensa a mediação da escrita. Aqui, a comunicação não se desenvolve linearmente, mas sim por impacto imediato, onde cada símbolo carrega uma carga sensorial própria, capaz de transmitir emoções sem a necessidade de um único caractere textual.
No centro da obra, um teclado de computador inteiramente pintado em rosa pastel transforma-se em uma nova interface. Sem caracteres alfanuméricos, suas teclas são preenchidas apenas por adesivos de emojis, substituindo letras e números por expressões visuais. Essa reconfiguração do teclado sugere uma transição simbólica: o espaço da escrita é tomado pela emoção visual, questionando os limites entre expressão, compreensão e padronização da comunicação digital.







A obra investiga essa reconfiguração da linguagem, onde a gramática tradicional perde o protagonismo para uma expressão visual instantânea. Nesse processo, os emojis funcionam como códigos emocionais universais, moldando interações e estabelecendo uma dinâmica comunicativa mais intuitiva – e, ao mesmo tempo, potencialmente mais superficial.
O título, Spankemoji, sugere essa transgressão: uma "palmada visual" que desestabiliza os modelos convencionais de escrita, inserindo um novo vocabulário digital que dita não apenas o que se diz, mas como se sente ao dizer.
O teclado de Spankemoji é mais do que um objeto; ele se torna um manifesto material de novas possibilidades na era da comunicação, onde a imagem suplanta o texto e redefine a forma como nos expressamos no mundo virtual.
A comunicação mudou – e não pediu licença.












Ficha Técnica:
Dimensões: 46 x 3 x 15 cm
Escultura sobre teclado de computador.